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Análise: Jogador N˚1



Jogador N˚1 (Ready Player one) dirigido por Steven Spielberg, tem roteiro assinado por Zak Penn e Ernest Cline; este, escritor do livro homônimo a qual o filme é baseado.

Confesso que quando vi as primeiras imagens e, posteriormente, o conteúdo dos trailers, pensei que jogador N˚1 seria mais um dos muitos filmes com temática de videogames que acabariam no esquecimento após poucas semanas. Fico grato por estar completamente enganado.

A historia gira em torno de Wade Watts (Tye Sheridan), um garoto que vive no ano de 2044 em um futuro distópico, onde a humanidade prefere viver em uma realidade virtual proporcionada pelo jogo OASIS do que encarar um modelo de mundo caótico que outros filmes de ficção científica já nos fizeram o favor de apresentar. Mas não é deste mundo que quero falar agora, quero falar de OASIS.

A primeira característica que salta aos olhos quando mergulhamos naquele mundo são as referências a cultura pop, que vão desde filmes dos anos 80 aos universos dos videogames mais modernos. Sendo assim, o espectador tem a divertida tarefa de encontrar os easter eggs espalhados por toda a trama. Alguns deles, mais contidos, outros, completamente escancarados. Mas o que realmente faz desse recurso interessante não é o fato de aparecerem deliberadamente em objetos, cenários, personagens ou diálogos, mas participarem da trama como um recurso sólido daquele universo.

Jogador N˚1 tinha tudo para fazer o espectador não se importar com seus personagens quando estes estão com a “mascara” que o OASIS proporciona, já que no mundo virtual a aparência de cada um não passa de um avatar de um jogo. Contudo, o tratamento que o roteiro dá aos personagens nos faz transpor aquela figura computadorizada pelo ser humano a qual ela representa. Isso se torna recorrente no decorrer da trama, com destaque para um dos diálogos do filme, onde um dos personagens acaba se apaixonando por uma jogadora do OASIS, a qual lhe responde que ele apenas se apaixonou por aquilo que ela queria mostrar à ele. Alguma semelhança com a realidade?

O tema de relacionamentos virtuais e suas consequências no mundo real é bem presente no decorrer da história, algo já esperado para explicar que, por mais que algum tipo de entretenimento, seja ele filme, livro, vídeo game ou até mesmo música pareça um paraíso para quem encontra consolo nestes universos, o mundo real continua lá fora, e por mais que ele não pareça agradável, ainda assim é o mundo real. Mas não se preocupe, isso não é empurrado pelo filme ao ponto de parecer forçado, pelo contrario, tudo acontece naturalmente e sempre esteve presente desde o começo daquela aventura.

Quanto a direção, é chover no molhado para dizer que o tio Spielberg sabe encher nossos olhos nerds de lágrimas ao apresentar um filme desses, e sem duvidas este é outro dos fantásticos universos que irão fazer parte da memória de muitos, mesmo que ele seja a soma de vários outros mundos que já tivemos o prazer de fazer parte, seja na infância ou adolescência, seja sentindo nostalgia ou vontade de tirar da caixa aquele vídeo game antigo que por tanto tempo nos acompanhou nas tardes com os amigos.

O mundo nem sempre é o que a gente espera, e enfrentar ele é necessário. Mas que bom que podemos usufruir dos “OASIS” que permeiam nossa vida para escapar dele e, quem sabe, encontrar algumas respostas para nossa realidade.


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